quinta-feira, 8 de março de 2012

A BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO PELOTAS - II


A BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO PELOTAS – II
(artigo baseado no trabalho de mestrado de Rafael Cruz da Silva, FURG) OBS: críticas ou contribuições para cgrheingantz@gmail.com

Cláudio Burck, portoalegrense apaixonado pelo Arroio Pelotas,
ensinando o primo Marcelo (no colo) e a boxer Donna a tomar um "banho ecológico"

TIPOS DE SOLO:
A área de estudo da Bacia Hidrográfica do Arroio Pelotas (BHAP) localiza-se em duas províncias geomorfológicas do Rio Grande do Sul: a parte noroeste sobre o Escudo Sul-riograndende, e a parte sudeste na Planície Costeira.
O solo é uma mistura de substâncias minerais que resultam da decomposição do material de origem (rocha matriz), que sofre intemperismo causado pelos processos químicos e físicos, e também resulta da decomposição de matéria orgânica, como resíduos vegetais e animais. Sua formação é resultante dos fatores ambientais que auxiliam o intemperismo: o clima, os organismos vivos, o material de origem, relevo e o tempo geológico.
Segundo a classificação de CUNHA et AL - 1996, CUNHA & SILVEIRA -1996, CUNHA et AL - 1997, os tipos de solo encontrados na Bacia Hidrográfica do Arroio Pelotas são os argissolos, os cambissolos, os planossolos, os gleissolos e os neossolos.
Os argissolos são predominantes na área de estudo, sendo encontrados no Escudo Sul-riograndense e na Planície Costeira, dos tipos brunoacinzentado e vermelho-amarelo. Os cambissolos na BHAP encontram-se em altitudes acima dos 200 metros, na área de estudo chamados cambissolo háplico. Na Planície Costeira, os tipos de solo predominantes são os planossolos e os gleissolos. Os neossolos encontram-se na BHAP no Escudo Sul-riograndense em áreas com altitudes acima dos 160 metros, por serem solos em processo de formação apresentam diversos afloramentos rochosos em sua área de abrangência.
DECLIVIDADES DO SOLO:
O tamanho e a quantidade de materiais em suspensão arrastados pela água dependem da velocidade de escoamento, diretamente relacionada ao grau de declividade do terreno, sendo a declividade o fator mais importante na condição de gênese e evolução dos processos de erosão. As declividades são as medidas de inclinação da superfície do solo em relação à horizontal: quanto maior o valor da porcentagem, maior é o grau de inclinação do terreno. Os graus de declividade permitem a avaliação dos riscos de erosão, e do potencial de uso dos solos para agricultura e mecanização.
O modelo de declividade da BHAP foi gerado a partir do modelo de elevação do terreno, classificado em 6 classes de acordo com a declividade.
Sobrepondo o mapa de solos ao modelo de declividade, dividido em terrenos com declividades inferiores à 20% e terrenos com declividades superiores a 20%, resulta que os tipos de solo que se apresentam nestes últimos são os Neossolos Litólicos, os Cambissolos e os Argilossolos Amarelos e Bruno-acinzentados. Sua classificação quanto à erosão pode ser definida como FORTE a MUITO FORTE, muito suscetíveis à erosão, encontrados em classes de relevo FORTE e ONDULADO com declividades superiores à 20%. As áreas com declividades superiores a 45% são consideradas MUITO FORTES quanto a suscetibilidade à erosão, representando menos de 1% do total da BHAP (6 há). Praticamente 60% da área da BHAP, possui relevo plano a suave, sendo nelas cultivadas principalmente culturas cíclicas, como o arroz irrigado e a soja. Estas áreas são próprias para a agricultura, apresentando menor suscetibilidade à erosão e não precisando de técnicas sofisticadas para seu manejo. Os outros 40% da área da BHAP, possuem declividades de suave a fortemente ondulado, sendo restritas para certos tipos de cultivos, como o arroz irrigado, sendo indicadas para fruticultura e reflorestamento.