terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

ARROIO PELOTAS: SUA BACIA HIDROGRÁFICA I

A importância da BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO PELOTAS, para este município, é muito maior do que a maioria das pessoas, e técnicos, sabem e pensam. O presente artigo, dividido em 2 edições, está baseado em minucioso trabalho de mestrado de Rafael Cruz da Silva, FURG. As fotos que o ilustram são deste autor, devidamente localizadas no tempo, tôdas na antiga e importante Estância do Cascalho, ou Granja Helomar, à margem direita deste insubstituível, e mal mantido, imponente manancial.
Após a 2ª edição, os assuntos futuros dirão respeito à sua exploração: turística, esportiva, agropecuária e, infelizmente, urbana. Críticas, comentários ou contribuições (texto e/ou fotos JPG) para cgrheingantz@gmail.com.



foto: Fernando, em 1987, praticando canoagem.


As bacias hidrográficas constituem um sistema do meio físico integrando diversos fatores, que convivem e dependem dos seus recursos naturais, assim como os processos dinâmicos da natureza. Para o conhecimento do meio físico dessas bacias o geoprocessamento se torna um aliado, pois através de informações cartográficas e de imagens de satélite obtem-se informações referentes ao diagnóstico de seu meio físico, assim como é possível analisar riscos ambientais e fazer planejamentos para uso apropriado dessas áreas.
A elaboração de um banco de dados georreferenciados da Bacia Hidrográfica do Arroio Pelotas (BHAP), importante manancial hídrico para o município de Pelotas-RS na região sudeste do Rio Grande do Sul, apresentou como resultado mapas temáticos de relevo, solos, vegetação, hidrografia da bacia, mostrando alguns conflitos em relação ao uso e ocupação das suas Áreas de Preservação Permanente.

foto: pescadores nas tranqüilas águas do arroio em 1980

Nos dias de hoje existe a possibilidade de reparar alguns danos causados ao meio ambiente e, através de zoneamentos e planejamentos, monitorar os recursos naturais de forma que a sociedade tome conhecimento a respeito das atividades e impactos ambientais que existem em determinada região com a elaboração de mapeamentos temáticos.
A BHAP é importante para o município pois, além de ser a sua maior bacia hidrográfica e um manancial de água doce, é também parte da sua história, pois às suas margens deu-se a povoação inicial. O ciclo do charque na cidade de Pelotas começou ao redor do Arroio Pelotas pela necessidade de água para as atividades das charqueadas, alem de um meio para o escoamento da produção contemplado com a sua planície costeira navegável, e fazendo ligação com o Canal São Gonçalo, saída para a Lagoa dos Patos. Por ter sido reconhecida sua importância na história da ocupação e economia do município, o Arroio Pelotas foi declarado Patrimônio Cultural do estado do RS pela Lei nº 11.895 de março de 2003 (SISTEMA LEGIS, 2007).
foto: Ieda, André e Carolina, em 1980

O Arroio Pelotas é responsável pelo fornecimento de água bruta para a cidade no local situado à jusante do Arroio Pilão, com capacidade de recalque aproximada de 36.000.000 litros por dia (SANEP, 2007). As águas do Arroio Pelotas, e de seu afluente Arroio Quilombo, vão para a Estação de Tratamento de Água Sinnott, abastecendo os bairros Pestano, Sanga Funda, Areal, Jardim Europa, COHAB Tablada, COHAB Lindóia, Santa Rita de Cássia, Getúlio Vargas e Balneário Santo Antônio.
foto: o competente resgate às irmãs Silvia (85 anos) e Maria
Helena (90 anos), pelos bombeiros, na enchente de janeiro de 2009.

A BHAP se localiza na região sudeste do Estado Rio Grande do Sul, abrangendo quatro municípios: Canguçu, Morro Redondo, Arroio do Padre e Pelotas, com área total aproximada de 91000 ha. Está situada entre 31º e 32º sul e entre 52° e 53º oeste, encontrando-se a maioria das nascentes de seu principal afluente, o Arroio Pelotas, no município de Canguçu.
O Arroio Pelotas possui uma extensão de aproximadamente 99 km e deságua no Canal São Gonçalo, município de Pelotas.



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